terça-feira, 29 de maio de 2012

Silêncio


Na sombra da cidade
ouço um sinal suave
um soar de esquina
de sentidos aguçados
uma estranha sensação
Sistemática de sons
que associam-se
- sussurando.

Saboreando o anoitecer
e nesse ser
Um sonho que parece adormecer
Um sonâmbulo de silêncio

Por um instante
As buzinas, os passos,
os abraços, os laços,
as conversas, as pressas,
as remessas, os cidadãos,
as armas, os carros,
as pessoas de todas as facetas,
e os passáros.

Silenciaram,
Como uma intolerância
Uma ânsia, uma desnutrição
Um sentido de são
Para reter-se
Diluir-se num segundo

E como um piscar
Um marasmo citadino
Tudo voltou a ressonar
silenciando o silêncio
soando nas ondas suavizadas
Reabsorvendo cada ser
como um salto para o asfalto
Mayara Floss

2 comentários:

  1. Não sei se tem algo haver com a tua intenção, mas isso me fez lembrar da sensação que tenho de quando estou criando algo, ou me vem uma ideia na cabeça. O que posso acrescentar é que, ainda, sinto não o mundo, mas a paisagem que consigo ver girando a minha volta.

    Provavelmente não seja essa a tua proposta, mas foi o que eu senti na hora heh

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    Respostas
    1. As palavras não são do poeta, são de quem as lê. Então é o teu sentimento.

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