quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Contramão


Sabe ande com cuidado
Olhe para os dois lados
Mas não pergunte o porquê
Esta tudo o contrário
E em dezembro
Estamos comemorando São João

Me desculpe mas eu
Ando meio engasgado
Não sei se estou enganado
Mas abriram um circo
no meu coração

E eu consumi o meu significado
Não sei sou metrópole ou sertão
Os meus versos são foguete
Ou silêncio de canção

Esqueci o dicionário
E estou na contramão
Mas minha casa fica em qualquer esquina
Da avenida Getúlio com a rua sabatina
De nenhum chão

Minha janela, já não apaga as luzes
da escuridão
E a lua
Faz sombra para o violão

Sabe, andam me ditando as regras
E eu perdi as rédeas
Daquelas promessas
De Casmurro ou Sebastião

E a minha fonética
Já perdeu a ética
De escrever consolação
E mesmo na oposição
Continuo caquética
Na minha filosofia de sermão

Ora pois, já perdi os dados
E a minha estatística
Não passa de artística
Com gráficos recortados

Só não fique chateado
Porque se fiz um mar
No meio da cidade
É porque não tenho idade
Para fugir do meu lar

Mas não me impeça de amar
Porque ando atravessado
Pedindo desculpas ao invés de obrigado
Para apenas cantar
E se o que acredito
Virou história
Só peço para Santo Expedito
Encontrar a minha escória

E se ainda encontro um vestígio
Suplico por um resquício
É porque não sei fingir
Ser pela metade ou fugir

Mayara Floss


3 comentários:

  1. Bravo! Uma perfeita harmonia de sons, palavras e inquietantes verdades. Beijos!

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  2. Uau!

    cada vez mais me encanto aqui com o Entre Primos.
    Simplesmente lindo,
    adorei especialmente este trecho:

    "Mas não me impeça de amar
    Porque ando atravessado
    Pedindo desculpas ao invés de obrigado
    Para apenas cantar
    E se o que acredito
    Virou história
    Só peço para Santo Expedito
    Encontrar a minha escória"

    Perfeito, parabéns!
    ^^

    ResponderExcluir

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