Sabe ande com cuidado
Olhe para os dois lados
Mas não pergunte o porquê
Esta tudo o contrário
E em dezembro
Estamos comemorando São João
Me desculpe mas eu
Ando meio engasgado
Não sei se estou enganado
Mas abriram um circo
no meu coração
E eu consumi o meu significado
Não sei sou metrópole ou sertão
Os meus versos são foguete
Ou silêncio de canção
Esqueci o dicionário
E estou na contramão
Mas minha casa fica em qualquer esquina
Da avenida Getúlio com a rua sabatina
De nenhum chão
Minha janela, já não apaga as luzes
da escuridão
E a lua
Faz sombra para o violão
Sabe, andam me ditando as regras
E eu perdi as rédeas
Daquelas promessas
De Casmurro ou Sebastião
E a minha fonética
Já perdeu a ética
De escrever consolação
E mesmo na oposição
Continuo caquética
Na minha filosofia de sermão
Ora pois, já perdi os dados
E a minha estatística
Não passa de artística
Com gráficos recortados
Só não fique chateado
Porque se fiz um mar
No meio da cidade
É porque não tenho idade
Para fugir do meu lar
Mas não me impeça de amar
Porque ando atravessado
Pedindo desculpas ao invés de obrigado
Para apenas cantar
E se o que acredito
Virou história
Só peço para Santo Expedito
Encontrar a minha escória
E se ainda encontro um vestígio
Suplico por um resquício
É porque não sei fingir
Ser pela metade ou fugir
Mayara Floss

Bravo! Uma perfeita harmonia de sons, palavras e inquietantes verdades. Beijos!
ResponderExcluirUau!
ResponderExcluircada vez mais me encanto aqui com o Entre Primos.
Simplesmente lindo,
adorei especialmente este trecho:
"Mas não me impeça de amar
Porque ando atravessado
Pedindo desculpas ao invés de obrigado
Para apenas cantar
E se o que acredito
Virou história
Só peço para Santo Expedito
Encontrar a minha escória"
Perfeito, parabéns!
^^
Um texto muito bonito. Parabéns!
ResponderExcluir