sábado, 3 de dezembro de 2011

Ser


Sou mais mar e flor
do que cabe nas palavras
dos poetas
Sou a pequena menina
A própria esquina
Sou vela de canção
E barco de coração
Sou o espelho
E o meu eu inteiro
Sou minha pele,
meu sono e minha
insônia
Minha garganta
Minha alma
E minha janta
Sou o passageiro
O entregador
E o mês de agosto
e janeiro
Até, o ano inteiro
Sou o médico e o estivador
E quando a maré está boa
Sou pescador
Desta lagoa
Sou sentimento
E até instrumento
Sou o vento que me bate
na face
E sou a face do interior
Como as palavras não se
fazem sem as letras
Sou alfabeto
Pedaço de estrela
E até um livro aberto
E às vezes fechado
Sou o muito obrigado
E areia
A sujeira
E o cansaço
Sou todo o espaço
Sou o infinito
E o infindável
cabe dentro de mim
Sou em todos os aspectos
O tato, o teto
E o inseto
Afinal, se no passado
fui madeira
Silêncio e até poeira
Hoje, sou violão
Pedaço de canção
Antiga oração
E inteira de coração

Mayara Floss

Um comentário:

  1. Se pessoas como você escrevessem música dessa forma, estaríamos livre de muita porcaria que anda por aí.

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