quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Berço da noite


Meus versos não tem hora.
Ainda bem, pois, já passou da meia-noite
A luz trêmula
Mostra a poeira sobre as palavras
E cega-me o papel branco

A cada pálpebra que cai
Meus olhos deixam o passado
E minhas mãos escrevem

O futuro de meu poema
Abre-se para tantos outros
E minha hora não tem versos

O poema me abraça
E procuro as rimas
Para ninar minhas letras
Talvez algum verbo
Provérbio ou adjetivo
Ficou em silêncio

Porque é noite
E a lua segurou-me pela mão
E levou-me para minha antiga casa
Porque o berço das palavras
Finge morar no futuro,
Mas vive no passado

Mayara Floss

Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...