domingo, 3 de abril de 2011

Marinheira


Fiz no campo meu berço
A espera de um olhar
Para mudar os meus olhos
Na tenra grama
Projetei um mar verde
Ondulando com o vento
Com os grilos piratas a cantar
O repousar do dia.
Abraçando o cinza do meu peito
Apenas o cobertor sabia
O que era a minha pele
E o frio desenhava-se em meu corpo
Na solidão do verde daquelas águas
Seguia na companhia da distância
Uma ânsia de voltar para a terra
De sentir meus pés firmes
E meus olhos menos mareados
Porém, ainda tinha um cobertor
para acalentar meu desassossego
E me manter seca
Mesmo marinheira naqueles campos

Mayara Floss


7 comentários:

  1. Me identifiquei tanto com este espaço. Imagens e palavras que se completam. Gostei...





    http://lindascores.blogspot.com/

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  2. Toda a gente deveria ter um cobertor especial que fosse sempre uma fonte de ternura e calor gratuita e infindável...

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  3. Poema narrativo que apresenta a vida dura de uma mulher. Salva-a e protege-a da solidão e do frio um cobertor. O cobertor é o agasalho terno que lhe aconchega e aquece a alma e o corpo.

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  4. Belíssimo, conjunto texto e imagem! Parabéns pela participação!

    Abraços renovados!

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  5. Olá,
    Ficou muito sensível a sua ternura!!!
    Em muitos casos, é preciso de extrema sensibilidde para enxergar a ternura nas diversas formas de ser marinheiro(a) pala vida afora...
    Abraços fraternos

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  6. Lindo, Mayara.

    "E o frio desenhava-se em meu corpo
    Na solidão do verde daquelas águas
    Seguia na companhia da distância
    Uma ânsia de voltar para a terra
    De sentir meus pés firmes"

    Lembrou algo de ZD:

    "Se volto pra mim
    Pouso na terra
    E é macio saber
    Que isso não me assusta
    Que já não me assusta
    E me gusta voltar"

    Saudade de ler teu blog!

    Bjos ;D

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  7. Suavemente terno e lindo!Aplausos...bjs

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