Foto: Fabiano Trichez
Tinha muitas coisas para falar
E poucas palavras para ouvir
As mãos entrelaçavam-se
Repletas de quietude
E de rio e de santo
Francisco tinha os olhos
Construia os seus dias
Em qualquer escadaria
De papelão em papelão
Francisco escondia
por trás dos óculos
Aquela lágrima que escorre
por dentro
E carrega na face
cada olhar que preferiu o chão
ao seu são silêncio
Sabia que a vida
não passava da rua
E a rua da próxima esquina
E fazia uma prece pedindo perdão
Pelos homens cheios de fala
e mortos de silêncio
Mayara Floss
Belíssima fotografia e belíssimas palavras.
ResponderExcluirGostei muito deste Francisco e deste poema que retrata tão bem todos od Franciscos deste mundo.
Muito obrigada!
ResponderExcluirMayara
Quantos Franciscos como o fotografado existem neste mundo? Muitos. Se todos pudessem sair da rua ou ouvir as palavras deste poema, comover-se-iam.
ResponderExcluirBonita e sentida participação.