quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Sobre fotojornalismo e lobos

   Antigamente, ainda no século XIX a fotografia jornalísitica tinha pouco espaço, os senhores de chapéu e suas damas preferiam as gravuras artíticas para ilustrar os jornais da época, para “proteger” as artes manuais da fotografia mecânica. Niépce por volta de 1830 que concebeu as primeiras fotografias e só depois de meio século que tiveram mais aceitação no meio jornalístico.

    O que levaram as fotos para a vanguarda dos jornais foram as Guerras, as mais fantásticas foram a  Guerra da Criméia, na Espanha, e a Guerra da Secessão, nos EUA, durante a metade do século XIX. E como a sociedade não podia parar com a invenção do telégrafo as informações corriam e a necessidade deste realismo e rapidez a fotografica consolidou o seu espaço.

    Foi por aí que a fotografia começou a se tornar uma forma de “olho do povo” ela era a denúncia, tinha a capacidade de provocar mudança e mostrar a verdade. Nisso, as máquinas foram evoluindo o que permitiu o surgimento da fotografia cândida (aquela em que o fotografado não sabe que estão tirando a foto). Aliás o culpado por este tipo de foto foi Erich Salomon, considerado o pai do “foto jornalismo”, sua máquina era prática e compacta, e isso deixava que ele fizesse imagens sem pose, roubadas e espontâneas. 

A fotografia que marcou a carreira de Erich Salomon

    E, hoje, com as máquinas cada vez mais compactas, a internet mais rápida, a  fotografia jornalística vive um momento onde busca se reafirmar como documento incontestável de uma realidade e sair da banalização da informação causada pela massificação dos meios de comunicação digital e da própria fotografia. Vivendo como lobos da própria alcateia.

    Vivemos em uma época em que qualquer pessoa com um celular provido de câmera é um fotojornalista em potencial (e também onde qualquer fotografia de um ex-algumacoisa roda o mundo em poucos minutos). A tendência é isso aumentar cada vez mais, por esse motivo, a nobre profissão de fotojornalista está escasseando cada vez mais. A tecnologia que outrora impulsionou milhares de pessoas a chegar a um patamar muito privilegiado de status, hoje as leva pelo caminho contrário, o da mediocridade. E seguimos remando e fotografando nesse mar de informações.

Marcha em Florianópolis, um exemplo de fotojornalismo hoje - por Fabiano Trichez

Um pouco de história da fotografia, vamos trazer mais textos assim.

Por Fabiano Trichez & Mayara Floss

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