segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lixo

Foto: Fabiano Trichez

Não há nada mais democrático
Do que o lixo
Ele é igual para todos
No meio das sacolas
Não faz diferença
Ser lixo rico
Ou lixo pobre
Nenhuma religião
Encontra maior comunhão
Do que no lixo
O lixo é a parte mais honesta
E digna das nossas mãos
A obra prima da sucata
E um último suspiro
De uma tampa de garrafa
As lágrimas vão para o lixo
O livro, a garrafa, a gente
Todos se encontram no lixo
É fácil livrar-se dele
No caminhão
Mas o lixo continua sendo
Nossa parte genuína
de civilização.

Mayara Floss

3 comentários:

  1. O lixo é uma magia. Coloca ele na lata e ele some. Problema resolvido

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  2. É verdade. Faz lembrar que somos pó. Beijos e minha admiração.

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  3. òtim poema! Mas o lixo tem mais a ver com um dos cavalheiros do apocalipse...

    Abraços

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