quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Muda

Foto: Fabiano Trichez

Falam
Porém não se ouve
Elas não se fazem escutar
São sentidas
Mas são mudas
As palavras gritam
Si-len-ci-o-sa-men-te.
Nem conseguem sussurrar!
E mudam rapidamente
o sentido
Ainda assim,
Mudas elas mudam

Mayara Floss

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Site da Exposição Fôlego

Caros,

Criamos um site da Exposição Fôlego ( http://fabianotrichez.wix.com/folego ) com as fotografias da exposição e maiores informações.


Abraço,

Mayara Floss e Fabiano Trichez

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Os trabalhadores “sem cabeça”


Depois de alguns dias do Encontro Regional dos Estudantes de Medicina em Santa Maria que aconteceu do dia 18 de novembro de 2012, almoçando e jantando no restaurante Universitário da Universidade Federa, de Santa Maria (UFSM), percebi que a discussão era ótima. Porém, ao agradecer à senhora que servia comida no meu prato eu não recebia nem um olhar, ela continuava com a cabeça baixa.

Aqui no Restaurante universitário é o local no qual a nossa fome é saciada. Saciada, inclusive, pela comida ou pelo trabalhador que faz a minha comida? Neste lugar, eu saia como uma linha de produção, tinha que comer rápido. No primeiro dia, acostumada a comer devagar a luz foi desligada para me acelerar e ainda escutei por um aterrorizante sistema de som que deveria levantar e terminar de comer para poderem fechar as portas. Enfim, chegava o momento de colocar os restos da minha alimentação (para auxiliar na dinâmica e serviço dos trabalhadores, como acontece na maioria dos Restaurantes Universitários). Primeiro havia um balde  para colocar os restos de suco, depois uma lixeira para os guardanapos, depois um local para colocar os talheres, entregar o prato, colocar os copos de suco e, por fim, deixar a bandeja.

Ali tinham vários trabalhadores “sem cabeça”, havia uma parede branca que me permitia ver só as mãos deles, colocava os talheres e via mãos recolhendo, colocava o prato e passavam mãos para pegá-los e várias mãos até o final da linha de produção. Eu sempre agradecia conforme eles iam pegando meu prato, talheres, copos... E no meu último obrigado a um desses trabalhadores um homem se abaixou de maneira canhestra e olhou por baixo e disse “obrigado”. E eu me abaixei e fiquei olhando para ele, por aqueles segundos de olhar que transmite muitos sentimentos. Os trabalhadores ali  aparentemente não pode nem interagir com os acadêmicos.

Me falaram que passam pelo restaurante aproximadamente 8000 alunos por refeição. E ninguém se importa em agradecer, trocar um sorriso, conversar com aquelas pessoas que ficam “sem cabeça”. Eles não cumprimentam, parecem que não tem rosto! Parece que nós não temos rosto! E assim seguimos, vivendo de resignação e sucesso?

Mayara Floss

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sonho




Nasceu.
Quando tinha dois anos
decidiu que queria ser astronauta
E andava de nave espacial
pelo seu quarto
Cresceu.
E como tinha de ser
foi para a escola
Decidiu que queria ser bombeiro
Porque só um brasileiro
foi para o espaço
Ouviu sua professora
E viu seus pais irem trabalhar
E cresceu mais um pouco.
Decidiu que ia ser jogador de futebol
para pelo seu time fazer gols
Mas o ofício não agradou
E depois de muito jogos
Este sonho de lado ficou.
Cresceu ainda mais.
Decidiu que queria ser músico
sonhava em ser um rock star
Mas sua família já adiantou
Que música não dava dinheiro
E mais um sonho se foi.
Seus sonhos não cabiam
em lugar nenhum.

Foi quando parou de crescer.
E decidiu que queria ser rico
Para poder enfim sonhar.

Mayara Floss

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Lançamento da Exposição e do Livro Fôlego


Caros,
É com muita alegria que anunciamos o lançamento da Exposição e do livro Fôlego resultado da seleção e da organização de vários textos, poesias e fotografias do blog (além de algumas coisas inéditas). Na exposição são 40 fotografias e poemas, e no livro 60.

Estaremos expondo nas seguintes datas:

- 05/12/2012 até 20/12/2012 - Centro de Convivência do Campus Carreiros da Universidade Federal do Rio Grande.
24/01/2013 até 03/02/2013  - 40ª Feira do Livro da FURG, praça Dídio Duhá - Balneário Cassino.

Segue o release: 

" A ideia desta exposição surgiu como um fôlego. O transpirar, respirar e viver da escrita e da fotografia. Das pessoas que aqui foram fotografadas, das paisagens que foram congeladas e reveladas, mas movimentadas com palavras.

Um fôlego pode ser um descanso, uma retomada de ânimo e podemos até perder o fôlego. Aliás, muitas vezes corremos tanto no nosso cotidiano que perdemos o fôlego, corremos até não podermos mais. Ou a nossa emoção fala mais alto e perdemos o fôlego. Como um flash no meio da noite ou um ar no meio da fumaça, deixamos aqui o nossa obra de fôlego.

Para este livro e exposição, nós saímos juntos pelas ruas de Rio Grande-RS,  São José do Norte-RS. Visitamos a Ilha dos Marinheiros (Rio Grande-RS), ouvimos as histórias desta cidade, e principalmente das pessoas que vivem aqui.

Fotografamos e escrevemos. Também, selecionamos os mais de 200 textos, poemas e fotografias do nosso blog (www.entre-primos.blogspot.com), que trás imagens de Pinhalzinho-SC, Paraty-RJ e Florianópolis-SC.De tudo, escolhemos 40 fotografias e textos, alguns inéditos, para compor a exposição e 60 fotografias e textos para o livro.

Aliás, tudo surgiu da ideia de montar um blog o “Entre-primos” em 2009 que integrasse duas linguagens distintas, porém complementares, fotos e palavras foram amadurecendo com o tempo. Realizando uma “conversa” entre essas diferentes formas de expressão. 

Assim, depois de três anos do projeto do blog podemos lançar exposição “Fôlego”. Deste modo, inspire, respire fundo, de novo, mais uma vez, transpire, inspire e respire-se. Esta é a proposta deste livro, um fôlego de palavras e imagens."


Contamos com a presença de vocês,

Mayara Floss e Fabiano Trichez

sábado, 10 de novembro de 2012

Ilha dos Marinheiros


Nos barcos da ilha
Transpiram os dias
A dez minutos do centro
E salvos de qualquer lugar
Pescadores e agricultores
Contam histórias de Iemanjá
E em meio a cebolas e flores
Abençoam todo este mar
Mas correm as bruxas
Pela noite, nas sextas
A crina de cavalos a trançar

28/10/2012

Mayara Floss

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Tijolos


Cidade de concreto
Sem espaços para os jardins
Cada palmo de chão virou
Apartamento, casa, loja.
Construção.
E o mais perto de ver fora
É atrás dos muros
Atrás de uma janela de vidro
Tudo pela valorização
Pelo mercado imobiliário
Pelo investimento,
Pelo aumento, pelo implemento
Coloque acabamento
Base e  estrutura
E garanta todo o nosso caminho
De cimento
E pinte tudo de verde
para lembrar a natureza.
(e picham as ruas de alegria
Para sair da monotonia
De envelhecer no meio
dos tijolos)
Mayara Floss

sábado, 3 de novembro de 2012

Pessoas


É assim que nascem os poemas
Dessas pessoas fantásticas
que cruzam nosso caminhoo
A poesia é um fragmento,
uma coleção de sentimento,
um retrato de ser humano
em palavras

Mayara Floss

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sorriso



Ele tinha poucos dentes na boca
Mas seu cavalo novo Faísca
Tinha muitos!
Mas, não importa
quantos dentes tem na boca
O que importa
é o tamanho do Sorriso

Mayara Floss
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