quinta-feira, 7 de julho de 2011

Baú



Num baú que se afunda dentro de mim
Como um oceano em fúria, de fé e frio
Que se entranha no intimo
De uma tempestade de chuva
e vento que afundou o meu navio

E no fundo d'água levou meus segredos
Arranhou o meu peito
e se adentrou na mágoa
da maré que leva os pedaços
do barco do meu coração

E se a areia cansou de fugir do mar
e levar os destroços
O mar abraçou-a e fugiu em uma onda
para depois retornar com os meus
segredos abertos em um baú de solidão

Basta pedir se trouxeste o mapa
Ou algum pirata sorrateiro
Roubou o meu baú e escondeu-me
de todos os meus segredos.

Mayara Floss


terça-feira, 5 de julho de 2011

Em qual parte de mim?


Quanto de mim
eu desencontrei?
Quanto de mim
eu não reconheço?
Qual metade de mim
eu perdi?
Quais olhos me encaram
no espelho?
Qual olheira come meu sono
e me come por dentro?
Qual sossego eu busquei
Para acomodar meus pensamentos
e esquecer meu âmago?
Qual rede me prendeu?
Qual isca me fisgou?
Que qualquer ideia
não passa de um lampejo de juventude
Visto a carapuça da retidão
para apagar meus anseios
A experiência é uma forma sútil
de esconder os próprios erros

Não sei em que parte de mim,
mas envelheci.

Mayara Floss
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...