domingo, 21 de março de 2010

Destino

Foto: Fabiano Trichez
Para ti
Por susto
Ou insensatez
Crença ou descrença
Pego-me (des)acreditando
Acaso caio em teus braços
Ou o tempo anda confabulando
Como um velho trem
Repetindo o caminho
Voltando para casa
A cada estação
Marcando um horário
Um momento
Deixando meu coração
Para ti
E eu olhando pela janela
Descubro que nunca sai
Destes mesmos (a)braços
Mayara Floss

quarta-feira, 17 de março de 2010

Conspiração

Foto: Fabiano Trichez

Do céu azul
Fez-se escuridão
E as lágrimas
que não desceram pela minha face,
A chuva chorou por mim
O céu tremendo
Suplicava em luz
Conspirava o meu sentimento
E o pranto das nuvens
Falava pelo meu silêncio
Contemplando o céu em fúria
Não sabia se era o meu coração
Que de tanta ausência
Encontrava-o presente
E de tanta presença
Continuava ausente
Conspirando, por um momento
O céu pulsou meu sentimento
Desenhando no céu
Teu coração distante

Mayara Floss

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sem Tradução

Foto: Fabiano Trichez

Já tentaram em todos o idiomas e linguagens existentes desde os primórdio da humanidade codificar o sentimento que carregamos no peito e nomeamos amor.

Os matemáticos definiram como o infinito.
Os químicos como as ligações.
Os gramáticos como substantivo abstrato.
Os físicos como atração.
Os sociólogos como relações.
Os atronautas como estrelas.
Os pescadores como o mar.
Os religiosos como a fé.
Os médicos como os pacientes.
Os músicos como a música.
e os poetas, ó poetas, procuram uma tradução.

Mas o cunho vernáculo do vocábulo continua tão amplo e complexo que continuamos aprendizes na ciência de amar. Continuamos amando sem saber explicar:continuamos sentindo sem saber calcular o fim, continuamos encontrando ligações sem sentido, continuamos querendo classificar em notas de rodapé, continuamos procurando os pólos, continuamos formulando teorias de relacionamento, continuamos fascinados pelo universo, continuamos perdendo-se nas ondas, continuamos crendo, continuamos procurando a cura, continuamos criando melodias. Continuamos...

Definir amor é limitar dentro dos parcos conhecimentos humanos as engrenagens que movem nossos corações. Nesse contexto, somos apenas poetas, ao menos eu entre tantas definições sinto meu peito vibrar e apenas amo. Embora o homem insista em encontrar uma solução para o amor.

Mayara Floss

domingo, 7 de março de 2010

Ralo de idéias

Foto: Fabiano Trichez

Inevitavelmente
Gotejando, descendo,
Algumas idéias, rolam pelo ralo

Não para serem descartadas
Nem para adentrarem
No lodo dos sonhos perdidos

Mas para penetrarem
E ficarem confusas
Nos lugares mais recônditos

Mas tocáveis na primeira lembrança
Transbordando as linhas
Ultrapassando o inconsciente
E renascendo como criança

Mayara Floss
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